Fonte: Midiamax
Diretor do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) Lázaro Santana, afirma que vai solicitar o bloqueio de bens da Intelad Gestão de Saúde Ltda, empresa responsável pela gestão dos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do HC (Hospital do Câncer) - Alfredo Abrão, situado em Campo Grande, e do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Regional de Nova Andradina - distante 297 quilômetros da Capital.
Segundo o presidente do Sindicato, a empresa não cumpre com suas responsabilidades em relação aos pagamentos dos funcionários dos hospitais em questão.
"Pedimos intervenção do Ministério Público Estadual e ainda não tivemos resposta. Agora todas as medidas serão judiciais. Pretendemos ainda nesta semana pedir o bloqueio de bens da Intelad", frisa.
Conforme as informações, funcionários do Hospital do Câncer ainda não receberam o décimo terceiro salário proporcional que venceu em dezembro de 2016. Além disso, Santana afirma que no último mês a Intelad se comprometeu a pagar multa de 10% do salários dos trabalhadores em razão do atraso no pagamento dos salários, porém, o acordo foi descumprido.
"Desde que a empresa iniciou as atividades não obedece as convenções coletivas, não realiza os pagamentos no dia certo e não respeita os acordos. A situação é muito grave porque a empresa não consegue sequer arcar com direitos básicos do trabalhador", frisa.
Ex-funcionária da empresa, a técnica de enfermagem Silvana Natal Ferreira, de 39 anos, diz que foi demitida em fevereiro e ainda não recebeu a rescisão. "Desde que fui registrada pela Intelad minha vida financeira virou um caos, nunca mais recebi em dia. Me demitiram e não me pagaram ainda", declara.
Além dos atrasos Silvana afirma que não realizou os exames admissional e demissional necessários para contratação e demissão de funcionários. "Eles nunca fizeram esses exames. Sem contar que não dão a assistência necessária. Tive um acidente de trabalho e não recebi nenhum cuidado por parte da empresa. Trabalhei mais de 30 dias doente e não me afastaram', relata.
O presidente do sindicato afirma que orientou os funcionários demitidos a procurarem o sindicato para que sejam adotadas as providências necessárias.
De acordo com informações do Siems, os atrasos também ocorrem com os funcionários que trabalham no CTI do Hospital Regional de Nova Andradina. "Lá a situação é a mesma coisa. Os funcionários nunca receberam em dia", assegura.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirma que os repasses do Estado são feitos diretamente aos hospitais e que o dinheiro é usado para a manutenção das unidades.
Questionada sobre as situações apresentadas, por telefone, a assessoria de comunicação da Intelad alegou à equipe de reportagem do Jornal Midiamax que os atrasos se devem a falta de repasse dos hospitais em questão.
A assessoria de comunicação do Hospital do Câncer assegura que os repasses são realizados à Intelad e que não há atraso do hospital em relação à empresa.