O presidente Michel Temer anuncia que entre as prioridades do governo está a reforma da previdência social, ou seja, mudanças nas regras da aposentadoria. Esse posicionamento deixa os trabalhadores em alerta e o movimento sindical já se articula para evitar perdas.
Entre as principais mudanças, Temer pretende igualar a idade de aposentadoria entre os homens e mulheres, fixando idade mínima de 65 anos. Além disso, desvincular os benefícios previdenciários e assistenciais do salário mínimo, corrigindo-os anualmente pelo índice da inflação.
O presidente do SIEMS, Lázaro Santana, critica a postura do governo. “Não se mudam as regras da previdência assim de um dia para o outro, sem estudos aprofundados e ainda mais, sem o diálogo com os trabalhadores que sustentam este país. Há que haver amplo diálogo, mas da maneira como vem sendo tratada percebemos que o que predomina é a unilateralidade”, enfatiza.
Enfermagem: A vice-presidente do SIEMS, Helena Delgado, afirma que se o projeto for aprovado, as enfermeiras, técnicas em enfermagem e auxiliares de enfermagem estarão na lista entre as profissões mais prejudicadas. “Cinco anos a mais é muito tempo para estas profissionais que têm jornada de trabalho estressante, lidam com a saúde, cuidam de pessoas com necessidade de extrema atenção, plantões, tudo isso aliado a dupla jornada - já que na maioria dos casos estas profissionais também são a responsável pelos seus lares e educação dos filhos. É inadmissível que os trabalhadores e ainda mais as mulheres paguem a conta por crises e corrupções no país.
Aposentadoria corrigida mediante média da inflação: O movimento sindical, economistas e estudiosos questionam duramente a proposta de desvinculação dos benefícios ao salário mínimo, destacando que nos últimos anos a aposentadoria foi valorizada justamente por estar corrigida de acordo com o reajuste do salário mínimo. Em entrevista ao portal vermelho, publicada em 2016, o professor de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, criticou essa possibilidade: “Então, quando você desvincula o reajuste do salário mínimo, você volta à ditadura. O que vamos assistir daqui para a frente é que os reajustes da Previdência vão ser corrigidos abaixo da inflação, o que foi dito explicitamente pelo ministro da fazenda. O que significa dizer que em cinco, seis anos, o poder de compra dos aposentados pode regredir 30%, 40%”, analisou.
Fonte: Adriana Souza Miceli - SIEMS